Existe uma relação natural entre a cidade
e a moda. A palavra passarela, temida e consagrada pelos termos da moda, tem
sua raiz em um ato simplesmente humano: O ato de passar. E ao passar por
algo, por alguém ou por algum lugar, imprimimos uma marca tímida ou impactante, que
resgata um, dois olhares, às vezes, até o nosso próprio olhar.
Nas impressões que tiramos dessa experiência
com o espaço, ou, das impressões que causamos nele, vamos transformando a
cidade. Já percebeu quando estamos em uma rua e conseguimos identificar quem é
morador e frequentador dos seus estabelecimentos, restaurantes e bares pelo seu
estilo e pelo seu dress code, pela
sua intimidade com certas esquinas e com certas figuras?
Se sim, compreende como eu, que modelamos a cidade e somos modelos dela também. A cidade é a passarela autêntica do meu e do seu comportamento e ela desenvolve-se de uma maneira tão democrática, que não podemos excluir nenhuma das suas formas de expressão.
Nessa
primeira postagem da coluna Vestir Histórias, desfilei com meu amigo e fotógrafo, Lucas Silveira, pelos
jardins das igrejas de Nossa Senhora das Mercês e de São Francisco de Assis, em
São João del-Rei. Encontramos por lá a suavidade desses espaços, mas também a
grandiosidade de seus portões. Esbarramos também com turistas, apreciadores de detalhes e da beleza de nosso patrimônio cultural, que sem constrangimento
paravam nosso ensaio para pedir que também fizéssemos fotos de suas aventuras
forasteiras.
E
essa composição, que unia arquitetura e gente, ajudou-nos a compor o meu próprio look desta semana. Eu amo cores fortes e não acredito que exista
uma cor mestra, por isso mesmo em uma primavera de temperaturas alucinadas,
apostei em num vestido de crochê berinjela, de rendas desenhadas em
abacaxis desencontrados. Um estilo bem bonequinha, que marca a cintura e realça
os quadris.
Me
divirto muito com acessórios e escolhi um cinto azul turquesa encontrado em
feiras e lojas árabes de qualidade e
pulseiras largas de madeira e pedras azuis mais escuras. No cabelo, peguei aquele
lenço que serve para tudo, echarpe,
composição de moda praia e cinto, e o transformei em hadeband. Também, levei comigo um chapéu floppy de pegada urbana,
mas que nos tons nudes, dá suavidade e devolve uma feminilidade elegante. O
bolsão de palha foi proposital, guardei todos os acessórios realmente dentro
dele, mas poderia ser trocado por uma carteira de palha ou de tecido leve.
Enfim, eu gostei de tudo: da manhã, dos turistas, da serenidade do Lucas Silveira.
A Entrenós Crochês e eu não temos pretensão de ensinar as pessoas o que elas devem vestir e como devem se vestir. Contamos histórias a partir do que criamos e vestimos.
Gostaria de saber, qual é a sua história?
Deixe seu comentário aqui do blog, ou envie seu look ou história pelo email entrenoscroche@yahoo.com.br ou pela nossa fanpage Entrenós Crochês .
A Entrenós Crochês e eu não temos pretensão de ensinar as pessoas o que elas devem vestir e como devem se vestir. Contamos histórias a partir do que criamos e vestimos.
Gostaria de saber, qual é a sua história?
Deixe seu comentário aqui do blog, ou envie seu look ou história pelo email entrenoscroche@yahoo.com.br ou pela nossa fanpage Entrenós Crochês
Por Raruza Schiavi
jornalista e sócia da Entrenós Crochês